Um estudo publicado na The Lancet Psychiatry analisou os dados de 200 mil pessoas que foram infectadas com a Covid-19, chegando a conclusão de que um terço delas apresentou problemas psiquiátricos ou neurológicos.
Os pesquisadores identificaram a presença de distúrbios comportamentais, ansiedade, acidente vascular cerebral (AVC) e demência. “Nosso objetivo foi fornecer estimativas robustas de taxas de incidência e riscos relativos de diagnósticos neurológicos e psiquiátricos em pacientes nos 6 meses após um diagnóstico COVID-19”, disseram os cientistas.
No total, foram analisados registros eletrônicos de 236.379 pacientes. Entre eles, 17% apresentaram sintomas de ansiedade, enquanto 14% tiveram outros transtornos de humor. Entre os internados na UTI, ou seja, que tiveram a forma mais grave da doença, 7% apresentaram AVC e quase 2% foram diagnosticados com demência.
“Estimamos a incidência de 14 desfechos neurológicos e psiquiátricos nos 6 meses após um diagnóstico confirmado de COVID-19: hemorragia intracraniana; acidente vascular cerebral isquêmico; parkinsonismo; A síndrome de Guillain-Barré; nervos, raízes nervosas e distúrbios do plexo; junção mioneural e doença muscular; encefalite; demência; transtornos psicóticos, de humor e de ansiedade (agrupados e separadamente); transtorno de uso de substância; e insônia”, disseram os cientistas.
“Nosso estudo fornece evidências de morbidade neurológica e psiquiátrica substancial nos 6 meses após a infecção por COVID-19. Os riscos eram maiores, mas não se limitavam a pacientes com COVID-19 grave. Essas informações podem ajudar no planejamento de serviços e na identificação de prioridades de pesquisa”, destacam.
Apesar dos resultados preliminares, os pesquisadores ressaltaram que é preciso “mais dados para avaliar adequadamente os efeitos de COVID-19 na saúde do cérebro”, sendo os resultados atuais evidências que certamente servirão para a condução de novas pesquisas. Para ter acesso ao estudo, clique aqui.