A pandemia do novo coronavírus tem exigido não apenas dos profissionais da psicologia criatividade e adaptação, mas também de entidades como a Organização Não Governamental Saúde Criança, que resolveu fazer atendimentos psicológicos online para continuar prestando suporte às famílias que utilizam seus serviços.
A ONG atua há mais de 20 anos dando suporte psicológico a famílias no Rio de Janeiro, e entendeu que no contexto da pandemia não poderia interromper suas atividades, visto que muitos dependem desse serviço.
Se adaptar e oferecer o atendimento psicológico online foi a melhor alternativa encontrada pela Saúde Criança. Segundo a fundadora e presidente do Conselho de Administração da ONG, Vera Cordeiro, a troca de informações entre os usuários e profissionais do serviço é fundamental.
“As mães têm muito a ensinar umas para as outras. Às vezes, o tema é gravidez na adolescência. Aí, mães da Maré, do Vidigal, da Rocinha trocam informações sobre o que é ser mãe de uma grávida de 13 ou 14 anos”, disse ela, segundo à Agência Brasil.
“Com essa covid-19, a gente conseguiu manter isso através da internet. Elas falam por ‘zoom’, por celular. Elas conseguem fazer um grupo no qual continuam trocando informações cruciais entre si sobre a vida”, destacou.
No contexto clínico, diversos psicólogos têm se preocupado em manter seus serviços, visto que muitos dependem do acompanhamento psicoterápico e não podem interromper o tratamento por um longo período, visto que isto quebraria o ritmo do processo, prejudicando o trabalho realizado desde então.
Assim, o atendimento psicológico online tem sido a melhor alternativa, razão pela qual o próprio Conselho Federal de Psicologia publicou a Resolução CFP nº 04/2020, visando regulamentar essa modalidade de serviço, facilitando o trabalho dos profissionais no contexto da pandemia.
Ana Carolina, moradora no município de Quatis e usuária dos serviços da Saúde Criança, falou sobre a importância do acompanhamento psicológico realizado pela ONG. Ela perdeu uma filha de apenas 3 anos e sete meses em 2019, e conseguiu encontrar suporte psicológico no momento mais difícil da sua vida.
“Depois que o Saúde Criança passou pela minha vida, eu entendi a importância de escutar e ter um olhar enfático para outras mães. Isso seria muito necessário onde eu vivo. Então, resolvi criar uma rede chamada Aplan, que atende mães e famílias de pessoas com deficiência. Eu vi a importância desse aconchego aqui no meu município”, contou Ana.