Salvador Rolando Ramos, o jovem de 18 anos responsável pelo massacre de 19 crianças e dois professores em uma escola do Texas, nos Estados Unidos, se tornou mais uma figura intrigante na lista de criminosos que desafiam o entendimento das autoridades públicas, psicólogos e especialistas em saúde mental.
Após a chacina ocorrida no dia 24 desse mês, quando Ramos entrou armado na escola Robb Elementary e executou suas vítimas, as autoridades americanas agora tentam entender o que teria motivado o crime brutal, e uma entrevista concedida pelo pai do criminosos pode dar algumas pistas.
Salvador Ramos, que possui o mesmo nome do filho, contou que estava distante dele há anos. O jovem morava com a mãe, uma usuária de drogas e portadora de câncer. O pai mantém outro relacionamento e por isso vivia distante.
“Minha mãe me diz que ele provavelmente teria atirado em mim também, porque ele sempre dizia que eu não o amava. Nunca esperei que meu filho fizesse algo assim. Ele deveria ter me matado, você sabe, em vez de fazer algo assim com alguém”, disse Ramos.
Ainda segundo o pai, o atirador não era bem cuidado pela mãe. Ele disse que o filho só tinha uma muda de roupas, e por isso sofria humilhação na escola. Essa informação, contudo, foi contestada por outras pessoas próximas, segundo a Istoé.
Stephen Garcia, amigo de Ramos, confirmou a versão de que o atirador estaria com problemas psicológicos. “Acho que ele precisava de ajuda mental. E de resolver a relação com a família. E de amor”, afirmou ele, segundo o jornalista José Linhares.
Segundo o Texas Tribune, por outro lado, Salvador Ramos tinha um comportamento ameaçador e vivia fazendo questão de demostrar isso, dizendo que pretendia estuprar, sequestrar e matar pessoas. Os relatos ocorriam em um grupo na rede social Yubo.
“Eu testemunhei ele assediar garotas e ameaçá-las com agressão sexual, como estupro e sequestro”, disse um jovem que tinha contato com o mesmo grupo de Ramos. “Não foi como uma única ocorrência. Era frequente.”
Questionado sobre a forma como o filho vem sendo chamado, o pai de Ramos tentou defendê-lo. “Eu não quero que eles o chamem de monstro… Eles não sabem de nada, cara… eles não sabem de nada que ele estava passando”, disse ele.
Ramos foi morto por policias durante o seu massacre. Além das 19 crianças e dos dois professores assassinados, ele também deixou mais 17 feridos, incluindo a sua própria avó, em quem atirou antes de ir para a escola.