Psicóloga diz que confinamento agrava os sintomas de quem possui distúrbio emocional

O isolamento proposto pelo Ministério da Saúde para combater a disseminação do novo coronavírus é uma realidade necessária, mas também preocupante. Isso, porque, ele também traz consequências negativas sobre a população, além das econômicas, atingindo o emocional, segundo o alerta de uma psicóloga.

Célia Fernandes, da Enfoque Clínica de Psicologia em Brasília, concedeu uma entrevista onde falou sobre os efeitos do confinamento sobre pessoas que já possuem algum tipo de transtorno emocional, um problema já amplamente reconhecido pela psicologia, como também pela psiquiatria.

“O confinamento vai sim agravar o estado emocional daquelas pessoas que já tinham algum transtorno ou distúrbio emocional, como são os casos das ansiedades e vai gerar conflitos entre as pessoas que não tinham o hábito de ficar tanto tempo em família”, afirmou a psicóloga.

A profissional aconselhou o estabelecimento de regras básicas de convívio entre as pessoas de uma mesma casa, assim como o exercício de atividades comuns e individuais, a fim de que o período de confinamento seja atravessado de forma mais suave e o menos imperceptível possível.

“Como já ocorria em finais de semana. Precisamos adotar medidas comuns, já que vamos passar mais tempo juntos”, afirmou Célia. Assim como o Psicologia Notícias publicou em “Quatro dicas para evitar a psicologia do caos em tempos de pandemia”, a psicóloga também recomendou evitar o excesso de notícias sobre o coronavírus.

Célia explicou que “mudar de um telejornal para outro gera ansiedade, angústia e sofrimento emocional”, destacando que tem recomendado aos seus clientes para que “não se afoguem” nos noticiários, segundo informações da Agência Brasil.

Recentemente a psicóloga e escritora Marisa Lobo também fez um alerta sobre os efeitos do confinamento na sociedade, chamando atenção para o aumento dos casos de depressão e suicídio. Um estudo publicado recentemente confirmou esse entendimento.

“Os números de depressão e suicídio tendem a aumentar com o isolamento social e o pânico gerados pelas mídias em relação ao coronavírus”, afirmou Marisa. Para ela, é necessário que a imprensa destaque boas notícias, alimente a esperança e não queria lucrar com a exploração do “caos” em seus noticiários.