Estar só não significa não ter ninguém ao seu lado, necessariamente. Não se sentir pertencente a um contexto no qual você não se identifica também é uma forma de solidão.
Nesse caso, quem possui autonomia identitária sobrevive mesmo quando tudo ao seu redor parece mais do mesmo. Quando a maioria das coisas assume o formato de uma rotina que aos poucos vai perdendo a graça quando se mostra limitada e repetitiva.
Mas isso é uma questão de identidade, e identidade é formada por experiências e valores. Ambos refletem no seu dia-a-a, por exemplo, a maneira como você interpreta a solidão.
O que para uns pode ser motivo de frustração, para outros é a confirmação do que são, e isso numa geração tão pueril é um ótimo sinal.
A solidão é um espelho. Por ela nos enxergamos e quando isso acontece temos a oportunidade de encarar quem realmente somos.
Talvez por isso muitos preferem estar rodeados de pessoas a maior parte do seu tempo, visto que diante da solidão encontram dificuldades de lidar com o próprio reflexo.
Talvez, o maior ensinamento da solidão esteja em poder olhar o céu por alguns instantes de silêncio, sem a interferência de ninguém. Ouvir a si mesmo, decidir por si só, sentir o cheiro do mar e se ver abraçado pela brisa do oceano, ainda que imaginário, enquanto todos os outros parecem estar rodeados apenas de carnes e ossos.